Po que Tratar?

O tratamento do paciente DM2 visa o bom controle metabólico, a fim de diminuir os riscos de complicações micro e macrovasculares. Além disso, existem evidências de que indivíduos fora da meta glicêmica ou não tratados adequadamente desenvolvem mais complicações em comparação aos indivíduos bem controlados.

Opções de Tratamento

O tratamento do DM consiste em mudanças no estilo de vida (educação em saúde, alimentação e atividade física), e muito comumente o uso de um agente antidiabético oral e/ou insulina. A escolha desses medicamentos pode ter como base diferentes aspectos: mecanismos de resistência à insulina, falência progressiva das células beta, múltiplos transtornos metabólicos (hiperglicemia, dislipidemia e inflamação vascular), repercussões micro e macrovasculares, metas glicêmicas estabelecidas.

Os antidiabéticos orais são medicamentos que reduzem a glicemia nos pacientes DM2. Existem diferentes classes com diferentes mecanismos de ação:

Sulfonilureias e glinidas: aumentam a secreção pancreática de insulina;
Inibidores da alfa glicosidases: reduzem a absorção intestinal de carboidratos;
Biguanidas: diminuem a produção hepática de glicose, e aumentam a sensibilidade periférica a insulina;
Glitazonas: aumentam a utilização periférica de glicose;
Peptídio semelhante a glucagon 1: exercem efeito incretínico mediado pelos hormônios GLP-1,
retardando o esvaziamento gástrico aumentando a saciedade, estimulando a secreção de insulina e inibindo a de glucagon;
Gliptinas: inibem a enzima dipeptidil peptidase tipo 4, permitindo uma ação prolongada do GLP1,
aumentando a síntese e secreção de insulina, além da redução do glucagon;
Gliflozinas: inibem o cotransportador de sódio/glicose tipo 2, promovendo a glicosúria com a prevenção da reabsorção de glicose no túbulo proximal renal, aumentando a excreção pela urina.

As insulinas são medicamentos injetáveis que reduzem a glicemia tanto em pacientes DM1 como DM2. Existem diferentes tipos de insulinas disponíveis no mercado e se diferenciam pelo tempo de ação no organismo, rapidez no início de ação e de acordo com período em que sua ação é mais intensa. De acordo com o a Food and Drug Administration dos EUA (FDA), existem cinco tipos:

Insulina de ação rápida: conhecida como insulina regular, este tipo leva de 30 a 60 minutos para iniciar sua ação;
Insulina de ação ultrarrápida: início de ação em apenas 15 minutos;
Insulina de ação intermediária: leva de 1 a 3 horas para iniciar sua ação;
Insulina de ação longa e ultralonga: pode demorar até 4 horas para começar a agir.

Insulina em prémistura: combinação entre dois tipos diferentes de insulinas, uma controlando a glicemia durante as refeições e a outra entre as refeições.

Dieta e Estilo de Vida

A dieta é composta por um padrão alimentar, com composição padrão, como: aporte calórico, macro e micronutrientes, horários e frequência de alimentação se adequando a particularidade de cada indivíduo.

Para a elaboração de uma dieta equilibrada, é importante pensar que a quantidade deve ser a suficiente para atender as necessidades do organismo, ter variedade de alimentos, os diferentes nutrientes devem estar em equilíbrio e sempre adequadas as circunstâncias de vida do paciente (fase da vida, atividades, doença, fisiologia).

O conceito da Nova Pirâmide aborda a junção de todos esses pontos. Os seus princípios básicos são: proporcionalidade, moderação, variedade, atividade física, personalização e processo gradual.

Variedade: A variedade de alimentos é representada pelos 5 grupos alimentares + óleos. O consumo diário desses grupos se faz necessário para uma dieta balanceada;
Moderação: A moderação é representada pelo estreitamento da faixa de cada grupo alimentar, desde a base com alimentos de pouca ou nenhuma presença de gordura saturada e açúcar, até o topo com os alimentos ricos em gorduras e açúcar;
Proporcionalidade: A proporcionalidade é representada pela largura das faixas da pirâmide, que devem ser representadas na alimentação diária, porém de forma individualizada para cada pessoa;
Atividade física: A prática de atividade física deve ser de forma diária e regular, sempre adaptadas para a necessidade de cada indivíduo;
Individualização: Não há padrão, cada dieta deve ser desenvolvida de forma individualizada;
Progressos graduais: A mudança gradual é essencial para os progressos, iniciar com pequenas mudanças no dia a dia.

Referências

  1. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. [Internet]. Disponível em:
    https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-sbd-2017-2018.pdf. [Acesso em: 11 Maio 2020].
  2. Sociedade Brasileira de Diabetes. Visão Geral dos Diferentes Tipos de Insulinas. [Internet]. [Acesso em: 07Ago2019]. Disponível em:
    https://www.diabetes.org.br/publico/diabetes-em-debate/1629-visao-geral-dos-diferentes-tipos-de-insulinas. [Acesso em: 11 Maio 2020].
  3. Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD. Manual de Nutrição Profissional da Saúde. [Internet]. Disponível em:
    https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/manual-nutricao.pdf. [Acesso em: 11 Maio 2020].