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Instagram e Facebook: como as mídias sociais podem aproximá-lo do seu paciente
Uma comunidade que reúne bilhões de pessoas em todo o mundo e que já faz parte da vida de muita gente: assim podem ser definidas as redes sociais. Só para se ter uma ideia, em outubro de 2022, as mídias do grupo Meta (Instagram, WhatsApp e o próprio Facebook) atingiram a marca de 3,7 bilhões de usuários ativos1. São consideradas como usuários ativos as pessoas que acessam as redes sociais pelo menos uma vez ao mês. Com tantas pessoas envolvidas, não é de se espantar que, cada vez mais, essas mídias venham sendo utilizadas em diversos contextos, inclusive na Saúde.
Da rede para a vida real2
Só para exemplificar como as mídias digitais podem ter um grande alcance, inclusive aproximando ainda mais profissionais de Saúde e pacientes, vale a pena contar uma história que aconteceu em Taiwan. Um conhecido médico daquele país, que atua em emergências, criou um grupo no Facebook para pedir dicas aos colegas de profissão para melhorar a espera dos pacientes nas emergências. Em menos de um mês, o grupo “viralizou”, com profissionais de todo o país propondo soluções. Até o ministro da Saúde entrou no grupo. Com base em mais de 1.500 comentários postados ali, foram tomadas decisões políticas, culminando com a visita do ministro a departamentos de emergência em dez cidades e com a promessa de reduzir o tempo de espera dos pacientes.
As mídias sociais abrem um leque de possibilidades para o profissional da Saúde. Com elas, é possível ficar mais próximo dos pacientes e divulgar melhor seus serviços. Ou seja, mais do que socialização, são ferramentas importantes para promoção e marketing, que requerem atenção no seu uso. Existem também regulamentações e questões éticas envolvidas, demandando que o profissional entenda o que pode ou não ser feito nas redes sociais.
O que pode e o que não pode3?
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), entre outras diretrizes, os médicos não podem: Divulgar endereço e telefone de consultório, clínica ou serviço; Fazer propaganda exagerada de procedimentos, para valorizar sua atuação ou instituição em que atua; Divulgar especialidade ou área de atuação não reconhecida; Participar de anúncios institucionais ou empresariais, utilizando sua profissão e reconhecimento ético; Garantir, prometer ou insinuar bons resultados de tratamento sem comprovação científica; Expor a figura do paciente como forma de divulgar técnica, método ou resultado de tratamento.
Ao pensar na sua atuação nas mídias sociais, como o Facebook ou o Instagram, o ideal é o profissional da Saúde se imaginar como um educador – mais do que apenas um provedor de saúde. O que significa isso? Que ele pode ser o responsável por orientar seus seguidores e amigos, tirando suas dúvidas e se tornando uma fonte confiável de informações. É o que se chama, hoje, de marketing de conteúdo4. Veja, a seguir, dicas práticas para o seu dia a dia nas mídias sociais.
5 dicas para incrementar suas redes2,4
1. Seja um educador e não apenas um provedor: vá além do seu papel como profissional da Saúde, criando relevância para seu público, promovendo educação e motivando a busca por soluções.
2. Fique atento à qualidade do que posta: verifique a qualidade das imagens e dos vídeos e – mais importante – tenha atenção às fontes de informações das suas postagens. Dê preferência a sites de sociedades médicas e outras associações reconhecidamente confiáveis.
3. Adeque seu conteúdo ao seu público: lembre-se que nem todos têm a sua formação profissional. Escolha bem as palavras que escreve ou fala, utilizando termos mais próximos ao público leigo. Além disso, seja conciso e direto ao transmitir uma mensagem.
4. Mantenha o profissionalismo o tempo todo: sempre aja conforme as orientações éticas do seu conselho de classe e se mostre com postura profissional. Na sua biografia do Instagram ou no perfil do Facebook, por exemplo, deixe claras as suas qualificações profissionais. Além disso, coloque um aviso para que seus seguidores busquem orientação especializada, caso percebam a necessidade disso.
5. Seja autêntico, aja com proatividade, tenha bom humor e não fique com medo: ao criar um conteúdo on-line, seja genuíno e não apenas uma cópia de um modelo já pronto. Não tenha medo de se mostrar como uma figura pública e, se possível, recorra ao humor (sem exageros). Por fim, mantenha-se proativo on-line, fazendo postagens e stories regularmente no Instagram e no Facebook.
Referências
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1.
Instagram alcança 2 bilhões de usuários ativos, mas ainda é pouco para a Meta. [Internet] Terra, 2022 out 27. Disponível em: < https://www.terra.com.br/byte/instagram-alcanca-2-bilhoes-de-usuarios-ativos-mas-ainda-e-pouco-para-a-meta,e7592aaeb3ea9e7dc4329353af55dcd3tltpu66x.html >. |
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2.
El Kheir D.Y.M.a · AlShammari R.Z.b · Alamri R.A.b · AlShamsi R.A.b. Social Media and Medical Applications in the Healthcare Context: Adoption by Medical Interns. Saudi J Health Syst Res 2022;2:32–41 |
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3.
Conselho Federal de Medicina (CFM). Publicidade médica – novas regras. [Internet] Portal Médico – CFM. Disponível em: <http://portal.cfm.org.br/publicidademedica/pubpropaganda4.html>. |
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4.
Deema Farsi, BDS, MSci. Social Media and Health Care, Part I: Literature Review of Social Media Use by Health Care Providers. (J Med Internet Res 2021;23(4):e23205. |