Jardiance box

Visão Geral

Em pacientes com diabetes tipo 2, os inibidores do cotransportador 2 de sódio-glicose (SGLT2), além do controle glicêmico, reduziram significativamente o risco de hospitalizações por IC.1-3 Em pacientes sem IC no início dos estudos, a empagliflozina, a canagliflozina e a dapagliflozina reduziram o risco de eventos graves de IC de início recente em ≈30%.3-7 O EMPA-REG OUTCOME, estudo com a empagliflozina, reduziu o risco de morte cardiovascular decorrente da falha da bomba e mortes súbitas, as duas formas mais comuns de morte em pacientes com IC.1 Vale salientar que tais benefícios não podem ser explicados pelos efeitos desses fármacos no controle da glicemia.1

O estudo EMPEROR-Reduced mostrou eficácia superior da empagliflozina em relação ao placebo em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr) estável sintomática (FE ≤40%), independentemente da presença ou não de diabetes. A empagliflozina reduziu o risco de morte cardiovascular ou hospitalização por IC significativamente em 25% e hospitalização por IC em 31%.8

Dosagem

Dosagem padrão – 10 mg uma vez ao dia.9

Como tomar – Os comprimidos devem ser administrados com ou sem alimentos, engolidos inteiros com água.9 Não devem ser partidos ou mastigados.9

Quantidade – Somente um comprimido por dia garante a comodidade posológica.9

Mecanismo de Ação

O mecanismo fundamental de ação da empagliflozina é inibir o transporte reverso ativo de glicose pelo SGLT2 na superfície luminal do segmento S1 do túbulo renal proximal, ligado ao transporte de Na+, que ocorre com a participação da enzima Na/ATPase da membrana celular. Em circunstâncias normais, os glomérulos renais filtram cerca de 180 g/dia de glicose na urina, sendo 90% reabsorvidos no túbulo proximal com a participação do SGLT2 e 10%, por meio do SGLT1.10 Assim, o SGLT2 reduz significativamente a reabsorção de glicose da urina no túbulo proximal, induzindo a glicosúria e diminuindo a glicose plasmática em mecanismo independente da insulina, com baixo risco de hipoglicemia, pois esse medicamento só causa glicosúria quando ocorre hiperglicemia. Os inibidores do SGLT2 também aumentam a excreção de sódio, que é cotransportado com a glicose, causando aumento na diurese osmótica.10

Armazenamento

Mantenha em temperatura ambiente (15 a 30 °C).9

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.9

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.9

Minibula

JARDIANCE comprimidos revestidos de 10 mg ou 25 mg – EMPAGLIFLOZINA – Indicações: Controle glicêmico: JARDIANCE é indicado para adultos para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) para melhorar o controle glicêmico em conjunto comdieta e exercícios. Pode ser utilizado como monoterapia ou em associação com metformina, tiazolidinedionas, metformina mais sulfonilureia, ou insulina com ou sem metformina com ou sem sulfonilureia; Prevenção de eventos cardiovasculares: JARDIANCE é indicado para a prevenção de eventos cardiovasculares para pacientes com DM2 e doença cardiovascular estabelecida para reduzir o risco de mortalidade por todas as causas por reduzir a morte cardiovascular, morte cardiovascular ou hospitalização por insuficiência cardíaca; Insuficiência Cardíaca (IC): JARDIANCE é indicado para pacientes adultos com insuficiência cardíaca (Associação de Cardiologia de Nova Iorque - NYHA classe II-IV) com fração de ejeção reduzida (ICFEr), com ou sem diabetes mellitus tipo 2, para reduzir o risco de morte cardiovascular e hospitalizações por insuficiência cardíaca e retardar a perda da função renal. Posologia: administração oral, com ou sem alimentos; para DM2: a dose inicial recomendada é de 10 mg/dia ou máxima de 25 mg/dia; para IC: a dose recomendada é de 10 mg uma vez ao dia. Contraindicações: hipersensibilidade ou intolerância à empagliflozina, ou aos excipientes da fórmula. Cada comprimido de 10 mg contém 162,5 mg de lactose e cada comprimido de 25 mg contém 113 mg de lactose por dose máxima diária recomendada. Advertências e Precauções: não deve ser usado em pacientes com diabetes mellitus do tipo 1. JARDIANCE deve ser usado com cautela em pacientes com risco para cetoacidose diabética. Deve-se ter cuidado ao reduzir a dose de insulina. Em pacientes tratados com JARDIANCE, deve-se considerar o monitoramento da cetoacidose e a descontinuação temporária do JARDIANCE em situações clínicas conhecidas por predispor à cetoacidose (por exemplo, jejum prolongado devido a doença aguda ou cirurgia). Nessas situações, considere o monitoramento de cetonas, mesmo que o tratamento com JARDIANCE tenha sido interrompido. Casos de cetoacidose diabética com necessidade de hospitalização urgente incluindo casos fatais foram relatados em pacientes tratados com inibidores de SGLT-2, incluindo empagliflozina. Foram relatados casos pós- comercialização de fasciíte necrosante do períneo, uma infecção rara, porém grave e com risco de vida, em pacientes com diabetes em uso de inibidores de SGLT2, incluindo empagliflozina. Não é recomendado para uso em pacientes com DM2 e taxa de filtração glomerular <30 ml/min/1.73 m2 por sua eficácia ser dependente da função renal, em pacientes com IC e taxa de filtração glomerular <20 ml/min/1.73 m2, em pacientes pediátricos e adolescentes abaixo de 18 anos e em pacientes com idade maior ou igual a 85 anos devido a falta de dados de segurança e eficácia nessa população. A diurese osmótica que acompanha a glicosúria terapêutica pode levar a uma modesta redução na pressão arterial, portanto, recomenda-se precaução em pacientes em que isso possa representar risco. JARDIANCE está classificado na categoria B de risco na gravidez. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Interações Medicamentosas: empagliflozina pode aumentar o efeito diurético de tiazídicos e diuréticos de alça e pode aumentar o risco de desidratação e hipotensão. A empagliflozina não teve interação clinicamente relevante quando coadministrada com metformina, glimepirida, pioglitazona, sitagliptina, linagliptina, varfarina, digoxina, ramipril, sinvastatina, hidroclorotiazida, torasemida e contraceptivos orais, em voluntários sadios. Reações adversas: hipoglicemia (em DM2, quando a empagliflozina é utilizada em associação com sulfonilureia ou em associação com insulina; em IC, quando o paciente também apresenta DM2), monilíase vaginal, vulvovaginite, balanite e outras infecções genitais, infecção do trato urinário, prurido, reações alérgicas de pele, como rash e urticária, e aumento de lipídeos séricos são comuns. Sede e micção aumentada são comuns em DM2 e incomuns em IC. Hipovolemia é muito comum em IC e incomum em DM2. São incomuns: disúria, aumento da creatinina sérica, taxa de filtração glomerular diminuída, aumento do hematócrito e cetoacidose. Reações com frequência desconhecida: em DM2, angioedema e fasciíte necrosante do períneo (gangrena de Fournier); em IC, cetoacidose. Registro: 25MG COM REV CT BL AL PLAS INCOLOR X 10 - 1.0367.0172.001-4, 25MG COM REV CT BL AL PLAS INCOLOR X 30 - 1.0367.0172.002-2, 10MG COM REV CT BL AL PLAS INCOLOR X 10 - 1.0367.0172.003-0, 10MG COM REV CT BL AL PLAS INCOLOR X 30 – 1.0367.0172.004-9. SAC 0800 701 663. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.

Referências bibliográficas

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  4. Perkovic V, Jardine MJ, Neal B, Bompoint S, Heerspink HJL, Charytan DM, et al.; CREDENCE Trial Investigators. Canagliflozin and renal outcomes in type 2 diabetes and nephropathy. N Engl J Med. 2019;380(24):2295-306.

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  10. Tamargo J. Sodium-glucose cotransporter 2 inhibitors in heart failure: potential mechanisms of action, adverse effects and future developments. Eur Cardiol. 2019;14(1):23-32.

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