Conheça os sintomas para fazer o diagnóstico precoce e correto.
Incidência e prevalência
Uma doença rara, mas que afeta a vida de muitos brasileiros. No Brasil, a incidência anual de casos de fibrose pulmonar idiopática (FPI) gira entre 6.841 e 9.997 (3,5 a 5,1 por 100.000 habitantes), e a prevalência varia de 13.945 a 18.305 (7,1 a 9,4 por 100.000 habitantes).1
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Sintomas e identificação
Conheça os sintomas e saiba qual conduta adotar
Tosse crônica e refluxo
Entre os sintomas frequentes da FPI, está a presença da tosse crônica (> de 8 semanas), comum em indivíduos com a doença mais avançada, que pode contribuir para a piora na qualidade de vida do paciente. Ela também pode estar relacionada a uma comorbidade associada à FPI, o refluxo gastroesofágico (RGE), doença também comum em idosos.2 - 4
Dispneia
A dispneia é outro sintoma muito comum e de difícil controle e pode estar associada à depressão e ansiedade, cujas prevalências variam entre 25% e 50% em pacientes com FPI.2
Apneia do sono
Pacientes com FPI apresentam pior qualidade do sono e dessaturação noturna do que indivíduos saudáveis da mesma faixa etária.2
Sintomas similares aos da asma, bronquite e alergias respiratórias.
Pacientes com fibrose pulmonar idiopática podem apresentar sintomas similares aos dessas doenças respiratórias, o que frequentemente conduz a um diagnóstico incorreto ou impreciso.
Estudo revela que > 50% dos pacientes com FPI tiveram diagnóstico incorreto.
A importância do encaminhamento correto
O reconhecimento precoce e o diagnóstico exato podem impedir tratamentos inadequados e potencialmente prejudiciais e facilitar o início rápido de uma terapêutica eficaz, mesmo na fase inicial da doença.5 É muito importante que o paciente com suspeita de FPI seja encaminhado a um especialista o quanto antes.
Estudo prospectivo publicado no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine (Blue Journal) apontou que o atraso no encaminhamento do paciente com FPI a um centro especializado aumentou o risco de mortalidade, independentemente da idade e função pulmonar de base do paciente.6 Notou-se ainda, nesse mesmo estudo, que a taxa de sobrevida é 3,4 x maior quando os pacientes são encaminhados em 1 ano versus 4 anos após o surgimento dos sintomas.6
![Importância do diagnóstico precoce Importância do diagnóstico precoce](/br/sinaisfpi/sites/default/files/styles/bi_breakpoint_1920/public/2020-08/PAG%2004%20IMAGEM%2002_0.jpg?itok=Zf-0ClXi)
Diagnóstico
Diagnóstico da FPI: uma questão multidisciplinar.
O diagnóstico do FPI necessita de uma abordagem multidisciplinar, que envolve pneumologistas, radiologistas e patologistas, para detectar a presença de um padrão radiológico específico de pneumonia intersticial usual (PIU) em tomografia computadorizada e/ou combinações de padrões radiológicos e histopatológicos. Em pacientes com suspeita de FPI, uma análise minuciosa deve ser feita para descartar diagnósticos alternativos.7
A relevância da TCAR
Diretrizes publicadas pela American Thoracic Society (ATS), Japanese Respiratory Society (JRS), Asociación Latinoamericana del Tórax (ALAT) e European Respiratory Society (ERS) sugerem uma combinação de critérios para o diagnóstico da doença e indicam que a tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) tem papel fundamental no diagnóstico de FPI.2
O papel da ausculta: o som da FPI
A ausculta pulmonar também é valiosa para o diagnóstico, já que a identificação de crepitações (estertores em velcro) possui boa especificidade para o processo da doença.8 Como a sintomatologia e as imagens da FPI possuem similaridades com outras doenças intersticiais pulmonares, o diagnóstico diferencial tem ganhado relevância, pois outras doenças de apresentação semelhante possuem evolução, condutas e prognósticos diferentes.7
O tratamento com antifibróticos desde o início da doença − e independentemente do estágio − pode auxiliar para diminuir a reflexão da gravidade e aumentar o equilíbrio dos benefícios.9
Não espere para tratar.
Referências
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1.
Baddini-martinez, J., Pereira, CA. (2015). Quantos pacientes com fibrose pulmonar idiopática existem no Brasil? J Bras Pneumol. 2015;41(6):560-562.
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2.
Baddini-martinez, J., Baldi, B. G., Henrique, C., Jezler, S., Lima, M. S., Rufino, R., & Pneumologia, D. De. (2015). Atualização no diagnóstico e tratamento da fibrose pulmonar idiopática, 41(5), 454–466.
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3.
Baldi, B. G.,; Alberto, C., ;Pereira, D. C., ;Rubin, A. ;Sperb, Nicodemos, A., Nathan, C., … ;Kairalla, R. A. (2012). Destaques das Diretrizes de Doenças Pulmonares Intersticiais da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 38(3), 282–291.
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Cosgrove GP, Bianchi P, Danese S, Lederer DJ. Barriers to timely diagnosis of interstitial lung disease in the real world: the INTENSITY survey. BMC Pulm Med. 2018;18(1):9.
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Lamas DJ, Kawut SM, Bagiella E, Philip N, Arcasoy SM, Lederer DJ. Delayed access and survival in idiopathic pulmonary fibrosis: a cohort study. Am J Respir Crit Care Med. 2011;184(7):842-7.
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Cottin, V.;Cordier, F.J (2012). Velcro crackles: the key for early diagnosis of idiopathic pulmonary fibrosis?, 519–521. https://doi.org/10.1183/09031936.00001612.
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9.
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